Tudo certo: Cuiabá vai implantar o VLT ao custo de R$ 1,1 bilhoes



Acabou a novela. O sistema de transporte público de Cuiabá e Várzea Grande para a Copa do Mundo de 2014 será o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que funcionará em dois ramais, ao longo da Fernando Corrêa da Costa, interligando o Centro ao Coxipó e o Grande CPA ao Aeroporto Marechal Rondon, já em Várzea Grande. A obra terá um custo estimado da ordem de R$ 1,1 bilhão que será emprestado pelo governo do Estado dentro de sua capacidade de endividamento, que neste ano é de R$ 2,5 bilhões.

Os ramais do VLT terão 23 quilômetros de extensão, sendo que o custo é total e prevê além das linhas e veículos, as estações. Segundo o governador Silval Barbosa (PMDB), a estratégia é o Estado contratar e executar as obras e posterior a isto, cedê-la à iniciativa privada que, com o pagamento pela exploração, abateria os valores que serão pagos ao longo dos próximos 30 anos e com a vantagem de praticar o preço que considera mais justo sem a necessidade de subsidiar as passagens. "Será um grande passo para a modernidade e um sistema de transporte coletivo digno da população de Cuiabá e Várzea Grande", frisou o governador.

O presidente da Agecopa, Eder Moraes, disse que lhe foi atribuído pelo governador a decisão, e que ele considerando os prós e os contras optou pelo VLT, sendo que suas ponderações foram acatadas pelo governador. "Pagamos uma média de R$ 1 bilhão entre juros e amortização de empréstimos por ano ao governo federal e vamos deixar de executar o mais moderno sistema de transportes do Mundo por causa de recursos financeiros?", frisou o presidente da Agecopa, apontando que existem "n" sinalizações de parcerias em prol da Copa do Mundo em Mato Grosso.

Silval Barbosa frisou ainda que o VLT vai ser um legado para as futuras gerações e que o sistema com certeza será ampliado nas próximas administrações até estar atendendo a maioria da população da Grande Cuiabá e Várzea Grande. "Acredito que fizemos a melhor opção, já que foram vencidas as possibilidades de que o outro sistema pudesse contemplar de forma menos onerosa os custos", disse o governador.

O presidente da Assembleia, José Riva (PP), defensor do VLT, reafirmou suas convicções de que o governador fez a melhor opção e deixou de olhar para problemas do Estado para compreender a importância de se prestar um serviço de qualidade à população. "O serviço atual é pago, mas é prestado precariamente. Agora será diferente, e as pessoas pressionarão os serviços que continuarem sendo realizados por ônibus para que eles sejam melhores", disse o parlamentar.

Já Sérgio Ricardo, que esteve na Europa conhecendo o sistema em companhia do governador Silval Barbosa, frisou que pesou na decisão do governador a qualidade do serviço, independentemente de custos. "O Estado existe para atender a sociedade da melhor maneira possível e é isto que nos interessa".

O presidente da Agecopa, argumentou que em 70 dias estará com o projeto básico concluído e que até outubro tudo deverá estar pronto para em janeiro iniciar as obras que manterão na avenida da Prainha quatro pistas de rolamento para os demais veículos e uma do VLT, que pelos cálculos iniciais no primeiro trimestre de 2014 estará pronto e funcionando para atender a população e os turistas que vierem para cá na Copa do Mundo.

Briga BRT x VLT - No início do ano a Agecopa já tinha definição e projetos encaminhados para implantar o BRT (Bus Rapid Transit). Já haviam recursos assegurados para a instalação dos corredores de ônibus e desapropriações em massa em Cuiabá.

 No entanto, a Assembleia Legislativa decidiu questionar a escolha do modal, contando com o apoio do novo presidente da Agecopa, Éder Moraes e do governador Silval Barbosa.

Uma comitiva viajou a Portugal há dois meses para conhecer o sistema e retornou convencida das vantagens do sistema de trilho. O passo seguinte com a contratação de uma equipe de técnicos para realizar o estudo de viabilidade e custos.

A conclusão foi encaminhada ao Governo do Estado na semana passada, mas ainda dependia de análise do custo tarifário.

Definição
Conforme o presidente da Agecopa, Éder Moraes, o projeto inicial da Agecopa, feito há dois anos, previa o BRT (Bus Rapid Transit), que consiste em corredores exclusivos para ônibus e sairia R$ 600 milhões mais barato que o VLT. No entanto, conforme explicou Eder Moraes, a nova decisão leva em conta o conforto, durabilidade, agilidade e também o “visual” que o VLT trará para Cuiabá e Várzea Grande.

“Para fazer o BRT basta reservar os dois extremos de dois sentidos das pistas, pintar de vermelho e deixá-los exclusivos para ônibus. O VLT é mais moderno, atrativo, acessível e ficará como um dos legados da Copa do Mundo”, disse o presidente.

Conforme o presidente, a decisão já está tomada. “O governador me deu autonomia para conduzir esse processo. Eu comuniquei a ele sobre a decisão. Ele concordou e me autorizou a tocar o processo em frente. Dentro da transparência e publicidade, estamos comunicando que o modelo escolhido é VLT”, afirmou Eder Moraes.

Embora seja mais caro que o BRT, o presidente afirma que haverá uma economia nas desapropriações, já que área para a implantação do VLT é consideravelmente menor. A previsão é de redução de 90% das desapropriações previstas inicialmente.

O pagamento do novo modal será feito através de negociação de crédito junto ao BNDES. Depois de pronto, o Estado vai fazer a concessão do serviço dentro da tarifa que seja acessível à população. Como o Estado já vai ter pagado pela obra com recurso próprio, o dinheiro da concessão repassado ao governo poderá ser utilizado para amortizar o empréstimo feito junto ao BNDES.

O governador, Eder e uma comitiva de deputados chegaram ir a Portugal para conhecer o sistema VLT da cidade de Porto.

Como o projeto inicial previsto não era o VLT, estão sendo feito ajustes técnicos nos projetos básicos e executivos. Conforme Eder Moraes, o ano de 2011 será reservado para a esses procedimentos administrativos e burocráticos, e em 2012 as obras do VLT já estão na rua.

Enquanto isso, ressalta o presidente, outras obras estão em andamento, como as de desbloqueio. Os processos de desapropriação, segundo ele, já estão em curso.

A discussão sobre o VLT teve início no começo deste ano, levantada pelo presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP). Ao mesmo tempo, foi proposto modelo presidencialista na Agecopa, que era formada por uma diretoria colegiada. A intenção era colocar alguém para comandar o processo, já que na diretoria colegiada, havia muitos conflitos de ordens. Eder Moraes, que foi secretário de Fazenda e estava como secretário-chefe da Casa Civil, foi escolhido pelo governador Silval Barbosa e aprovado pela Assembleia Legislativa. 



Fonte: Gazeta/Copa no Pantanal/Diário de Cuiabá


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